terça-feira, 26 de outubro de 2010

Para refletir!!

Futuro interrompido - CRISTOVAM BUARQUE

Não deveria haver surpresa no fato de o debate eleitoral estar sendo pautado pelo tema do aborto, da sexualidade e da crença no cristianismo.

Dois fatos levam a população a se preocupar com isso: de um lado, décadas de queda nos valores morais da sociedade — resultando em corrupção, desarticulação da família, generalização da droga, gravidez precoce, abandono de mulheres pelos maridos, prevalência da riqueza como objetivo central e valorização absoluta do consumo — fizeram com que ela, desarvorada pela falta de valores, buscasse abrigo na religiosidade.

De outro lado, nos últimos oito anos a apatia ideológica fez com que os partidos ficassem parecidos, o debate sem ideias novas e os candidatos pouco diferentes entre si.

Debatem-se velhos temas: como crescer, e não qual crescimento; privatizar ou estatizar, e não dar caráter de interesse público a toda atividade econômica, estatal ou privada; como construir mais escolas técnicas, e não como fazer uma revolução na Educação; quem vai distribuir mais Bolsa Família, e não quem a tornará desnecessária.

Nesta crise de valores e neste vazio de ideias, o aborto se torna tema central, embora nada tenha a ver com o cargo de presidente da República. Além disso, este tema fica limitado à defesa da vida do indefeso embrião, sem tocar no assunto do direito à vida daqueles que já nasceram, mas que são abandonados pela sociedade e pelos governos que ela elege.

Para serem levados a sério, os que defendem o direito à vida do embrião deveriam defender também o direito à vida daquele abortado logo depois do nascimento, por falta de uma incubadora que sirva de ponte entre a barriga da mãe e o mundo real onde vai respirar. Mas o Brasil abandona muitos de seus recém-nascidos em hospitais sem UTI infantil, forçando o médico a escolher quais terão a chance da vida e quais serão abandonados à morte, provocando um aborto pós-parto. Um recém-nascido é ainda mais indefeso do que um embrião na barriga da mãe, mas não vemos os que se opõem à descriminalização do aborto criminalizando também os responsáveis pelo aborto decorrente do abandono nas maternidades públicas.

O debate eleitoral mostrou forte movimento contra o aborto provocado por mães antes do parto, mas não há movimento contra os responsáveis pelo fato de que todos os dias mães amorosas perdem seus filhos por falta de atendimento médico no pós-parto.

Também ocorre um aborto quando uma criança morre por desnutrição ou falta de remédios. Vinte e cinco anos depois da restauração da democracia, depois da retomada do crescimento econômico, da estabilidade monetária e da afirmação do Brasil no cenário mundial, depois de 16 anos de governos social-democratas, milhares de crianças morrem no Brasil por falta de comida e de remédios, com suas vidas interrompidas, abortadas.

Seus aborteiros não são mães, nem médicos, são os governos e todos nós, seus eleitores e contempladores passivos, que nos omitimos diante do direito à vida, enquanto comemoramos PIB, Copa do Mundo, Olimpíadas, trem-bala, pontes, estradas, hidrelétricas...

É também um aborto não oferecer escola de qualidade para toda criança.

Bicho só precisa de comida e ar, nasce uma só vez, quando sai da barriga da mãe ou do ovo onde é gestado.

Gente nasce duas vezes: quando sai da barriga e quando entra na escola.

Não entrar na escola é ter o futuro interrompido, abortado. No Brasil, crianças são abortadas a cada minuto, ao abandonarem a escola antes do tempo, como se estivessem sendo expulsas do útero materno antes dos nove meses de gravidez. Mas não há movimento contra esse aborto.

O Brasil é um país que debate as posições dos candidatos sobre o aborto pré-parto, que nem depende do presidente, e se esquece de debater o cuidado das crianças no pósparto, abortando-as por falta de cuidados, remédios, comida, escola. E abortando tantas crianças, diante do silêncio de todos, inclusive de líderes laicos e religiosos, vamos interrompendo o futuro do Brasil.


CRISTOVAM BUARQUE é professor da UnB e senador (PDT-DF).

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Igreja X Política

Que saco, viu!! Não aguento mais essas histórias!!
Quando chega a época das eleições e começa essas babaquices. A igreja escolhendo seus candidatos e influenciando o povo a votar, porque fulado disse isso, beltrano disse aquilo, sicrano vai fazer não sei o que lá mais. Não aguento mais isso!! Sério, não aguento mais essa conversa mole, e é sempre desse jeito. O pior de tudo, não é a igreja se meter onde não é chamada, é o povo acreditar e propagar!! Se fossem pessoas de mais idade, aquelas que acreditam piamente sem qualquer contestação ao que a Santa Madre Igreja manda, tudo bem, mas vc ver jovens esclarecidos, que tem o poder que questionar, de saber o que é certo e o que é errado levando essas mensagens avante, pelo amor de Deus!! Tenham ao menos um pouco de coerencia em suas vidas.
Ao que eu saiba, vivemos num estado laico, ou seja, não deveria existir a interferencia da igreja no governo e vice-versa. A Igreja se meter onde não é chamada pode, mas se o governo resolver se meter na Igreja, que será que aconteceria.
Eu fui criada e educada dentro da Igreja Catolica Apostólica Romana, se bem que não sou tão praticante assim, mas minha mente está aberta para as coisas erradas que acontecem e também para as coisas certas. Me dói ver no orkut, comentários de meninos, pq tem quase a mesma idade de minha filha, então para mim ainda é menino, já fanáticos pela religião, com uma viseira tapando os olhos. Vc tem que ter uma religião e segui-la? Sim, todos temos que ter um norte, mas ficar abobalhado por isso, não!! Ficar repetindo que tal candidata vai aprovar a lei do aborto, que falou mal de Deus, que isso, que aquilo não leva a lugar nenhum!! Vá pesquisar nos projetos de governo dela o que ela propõe, deixe de ser ignorante!! Ao invés de se preocupar com isso, uma vez que o aborto existe e é praticado muito mais do que imaginamos (eu sou contra o aborto, sou a favor da ética e da educação), deveríamos nos preocupar com o que acontece com os padres pedófilos, com os padre tarados que existem por aí. Alguém já viu algum deles ser punido pela justiça e ir preso? Alguém já viu algum padre ser punido judicialmente por algo errado que fez?
Então, ao invés de se ficar inventado coisas sobre os candidatos a presidencia, ao governo e seja lá o que for, limpe sua casa primeiro, faça uma faxina no que está errado, depois com sua casinha todinha arrumada e sem nada a ser criticado, começe a ver o mundo a seu redor!! Antes disso, é melhor calar a boca para não ficar dizendo besteira!! Pq tudo o que se fala agora, já ouvi falar nas outras campanhas eleitorais e nada dessa boataria se tornou verdade. A igreja deve deixar de tentar se impor no governo, a idade média já acabou.
Deve ser por isso que Tiririca foi o deputado mais votado no Brasil!! Cada um tem o representante que merece, e não adianta reclamar depois, ele não chegou lá sozinho não, alguém colocou ele no poder!! Cada um tem o governo que merece!!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Dividir é multiplicar!!

Gente, estou emocionada com a repercussão das aulas que dei. ensinando as almofadas em ponto capitonê para as mães da escola onde dava aula. Como já postei anteriormente, comecei ensinando a 4 mães e agora são mais de 10 que estão fazendo, vendendo e recebendo cada vez mais encomendas. Nada se compara a felicidade de ensinar a quem quer aprender, e elas além de aprender, estão se superando. Já demos entrevista na rádio, para a TV Seridó, e agora, Sônia, a autora da maioria dos gráficos que uso para ensiná-las, que compartilha gratuitamente seus conhecimentos, nos colocou em seu blog.
Nós somos chique, gente!!
E quem quiser me levar para ensinar, pode me chamar que eu vou, viu!!

Passem este blog, da minha querida Sônia, e vejam como estamos importante:
http://tempodeviverbem.blogspot.com/2010/08/almofadas-nordestinas.html

E olhem também o video com nosso trabalho:
http://www.youtube.com/watch?v=yFNzoXyr2iY&feature=player_embedded


Sônia, muito obrigada por divulgar nosso trabalho e por compartilhar seus gráficos conosco. Vc está e sempre estará em meu coração e em minhas orações.

Sim, agora tenho máquina de costura, e já preguei até zíper, e estou fechando sozinha minhas almofadas. Me aguardem!!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Dar palmadas é crime?


Olá pessoal!!

Agora que estou de férias sem tempo determinado para acabar, vai dar tempo de postar mais vezes aqui.

Pois é, a polêmica do momento é: dar palmadas em seu filho é crime? Sendo bem sincera, eu particularmente acho que não. Uma palmada na hora certa vale mais que qualquer castigo eu sermão. Eu digo: "palmada", e não espancamento. Em minha casa, eu bati muito pouco em Laura e em Mateus, mais em Laura que em Mateus, talvez até porque, como dizem por aí, os filhos são diferentes como os dedos das mãos. Nós aqui em casa educamos muito mais pelo exemplo e quando não dá certo, pelo castigo: menino, vai ficar uma semana sem assistir televisão!! Laura, nem pense em chegar perto do computador este final de semana!! E assim por diante, sempre tirando aquilo que eles mais gostam e que esteja relacionado com o motivo do castigo. Vontade de dar uma surra, ah, já senti muitas vezes, mas vc respira fundo, conta até 10 e vê o que acontece.

Mas o que mais me angustia nesta nova lei é o seguinte: em casa, eu sempre prezei pela boa educação em qualquer circunstância, dentro de casa, na rua, na escola, na família, enfim, a boa educação é boa e conserva os dentes, mas e lá fora, nessas famílias que não conseguem sequer controlar seus filhos de 9 anos por que tem medo do que o conselho tutelar vai fazer, imaginem então agora?? Se na minha ex sala de aula eu encontrava meninos que pintavam e bordavam e diziam que ninguém mandava neles, eu chamava e mãe e ela me dizia que não sabia mais o que fazer que não podia com o moleque, isso ainda podendo dar umas palmadas, imagino como será agora. A falta de respeito e de limite irá imperar, e quem mais vai sofrer com isso no momento é como sempre o professor, que não tem quem o auxilie.

Eu nunca tinha redimensionado a falta de limites para fora de uma família ou de uma sala de aula, mas esta semana assistindo a um noticiário sobre este tema, fiquei abismada com alguns depoimentos. Um gerente de RH dizendo que os jovens de hoje em dia são superqualificados para o mercado de trabalho, mas como foram criados sem limites, não conseguem permanecer num emprego, pois não conseguem seguir ordens, e todo emprego é assim, vc terá um chefe, um superior a quem deverá seguir as ordens, e a criança ou jovem cujo pai e mãe "não sabem mais o que fazer com ele" não conseguirá se manter em emprego nenhum, enquanto não encontrar este limite. Nesta mesma reportagem, um rapaz contando que tinha sido mandado embora do serviço porque não conseguia obedecer o que o chefe mandava, e ainda falava dando risadas coma a maior satifação (que vontade de dar um murro na cara dele). Por coincidencia, num revista que chegou no domingo, uma entrevista com Içami Tiba, de quem eu sou fã, fala justamente sobre isso, que se a criança não é educada dentro dos limites, sabendo até onde pode ir, o que pode ou não fazer, na escola não será uma criança problema e no mercado de trabalho também, será mandado embora do primeiro emprego, do segundo, do terceiro, até melhorar a sua postura e entender que ele não manda no mundo, que existe hierarquia e que deve ser respeitado, enfim, vai ter que aprender com o mundo, infelizmente.

Aprovar uma lei desta natureza, ótimo, mais uma para proteger o menor, até porque ninguém deve ser espancado, mas antes deve-se verificar, se os pais estão preparados para educar, e pergunto novamente: quem vai proteger esse menor de uma família que não sabe educar?? Seja através de uma tapinha, de uma bronca, de um castigo? Quem protege esta criança? Quem irá proteger o profissional professor de um aluno sem limites e sem educação que acha que pode (e pela lei ele realmente pode, sim) fazer o que quiser em sala de aula? Então, antes de colocar um monte de leis, primeiro deve-se educar, neste caso, os pais destas crianças que irão comandar o mundo amanhã.

Bjão a todos!!!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Cuidando do meu jardim


Ah, como eu gostaria que meu jardim fosse assim!! Infelizmente, não nasci com o dedo verde, parece que tudo o que planto não vinga, o que é mt frustrante. Amo flores, gostaria de ter um espaço enorme para cuidar, mas tenho só um pedacinho de terra (areia) na frente de casa, que está sempre seco e com plantas morrendo, mas quero mudar isto, vou me dedicar de verdade e ver se nasce ou pelo menos cresce as plantinhas que coloquei hoje!!

Minha mãe e meu pai realmente tem o dedo verde, principalmente minha mãe. Quando morávamos no sítio, me lembro de enorme jardim que tinha em frente de casa, quando nos mudamos para o apartamento, não tinha espaço para plantas e minha mãe sempre se queixou disso, agora morando numa casa, todo espaço é ocupado por vasos e mais vasos, estão realizando os seus sonhos.

E eu vou tentando daqui, quem sabe não tenho o meu tão sonhado também!!

Bjuuus a todos meus amigos que de vez em quando se lembram de passar por aqui!!

domingo, 18 de julho de 2010

Trabalho voluntário


Olá meus amigos!!

Olha, eu sempre acreditei muito em voluntariado, mas nunca tinha tido a chance de praticar, aliás, nem sei se o que estou fazendo se caracteriza como tal, mas estou gostando demais, e nem tinha noção da dimensão do que estou fazendo.

Tudo começou no dia 14 de maio, quando foi realizando na escola, o dia D da cidadania. Eu fiquei encarregada da parte de artesanato. Minha primeira sugestão era trazer uma pessoa para ensinar bijouterias, mas como estava muito ocupada fazendo vestidos para o São João, não poderia ir, então eu fui ensinar a bordar ponto oitinho, a principio para 20 pessoas, 10 pela manhã e 10 de tarde. Nem eu acreditava que daria certo, pois, com feirinha da providência, cabeleireiro, manicure, documentos, quem iria querer aprender a bordar? Pois, estava enganada, bombou, eram tanto mães, como alunos (meninas e meninos) querendo aprender a fazer o bordado, minha sala ficou cheia, todos pedindo para fazer. De tarde, antes de abrir, já tinha um menino me esperando para que eu pudesse ensinar a ele, e as mães que vieram de manhã voltaram de tarde. Faltou espaço e pano para tanta gente que queria aprender, eu fiquei exausta no final do dia, mas muito satisfeita.

Com o tempo, essas mães vieram a minha sala para pedir para ensinar mais. Como ponto oitinho é sempre a mesma coisa, eu disse a elas que sabia fazer umas almofadas com o chamado fuxico japonês, ou ponto capitonê (que aprendi o nome a pouquissimo tempo!), que ficam parecendo flores ou fuxico por cima sem ser. Elas se interessaram demais, pedi para compra o tecido, levar agulha, tesoura e algumas miçangas, e que encontrassem um lugar que eu iria lá ensinar. No primeiro dia que marcaram comigo, numa sexta feira, dia que o Brasil perdeu para a Holanda e foi eliminada da Copa do Mundo, dia 02 de julho. Foram só 5 mães e começamos nosso trabalho, ensinei passo a passo, como marcar, desfiar, e fazer os pontos. Acredito que todas sairam satisfeitas, uma delas comentou que nunca ninguém havia ensinado nada a ela, e outra que nunca pensou que conseguira aprender a fazer uma almofada daquela, que devia ser impossível aprender de tão difícil, mas que não era nada disso. Durante a semana, essas mães foram trazendo seus trabalhos para eu ver na escola, uma mais satisfeita que outra, e eu mais que todas. Teve uma mãe inclusive, que tinha ensinado para a filha e outra que ensinou para a sobrinha e a filha. Nestes dias também, apareceram várias outras mães querendo saber se podiam ir aprender a fazer o "curso de almofadas", e eu dizia que podia, mas que não era curso, dava a relação de material e no outro encontro no dia 09 de julho, já tinham pelo menos 12 mães e a aula já foi na Casa da Família do bairro. Desta vez, ensinei para as que já tinham feito a primeira almofada, a almofada redonda. Consegui o enchimento com uma fábrica de bonés em Caicó, através de um amigo de meu marido. Todas deram 1 real para pagar o taxista que foi buscar, e dia 14 nos encontramos para encher as primeiras almofadas redondas. Como elas ficaram satisfeitas, todas encantadas com suas almofadas admirando suas obras de arte.

Só tomei pé da real dimensão que isto alcançou, quando uma das mães falou comigo dia 16, sexta-feira, agora que passou, que estava depressiva, brigando demais com a filha, não estava nem se aguentando mais, e que estava passando com a psicóloga da Casa da Família, mas que tinha melhorado, eu perguntei se ela estava gostando da terapia, e fiquei admirada quando ela disse que o que tinha melhorado a "cabeça" dela eram as almofadas, que ela cuidava da casa de manhã, quando a filha chegava ela já estava calma, nem brigava com a menina pq sabia que de tarde iria pegar o pano e bordar a almofada, e que tinha ensinado a filha a bordar tb, para se acalmar. Nunca pensei que isso iria ajudar tanto a alguém, nem que tenha sido a somente uma pessoa, já está de bom tamanho. Comecei a ensinar a fazer estas almofadas porque sempre acreditei que todos precisam de um hobby, fazer alguma coisa por prazer, sem necessidade de fazer por obrigação, isso para pobres e ricos, se alguém aprender e conseguir gerar lucros com este hobby, melhor ainda.

Eu já passei por uma situação como esta, querer aprender alguma coisa e não ter dinheiro para pagar um curso, e uma alma boa chegar até mim e me ensinar sem cobrar nada. Sei que estas mães também queriam aprender algo novo e não teriam como pagar para ensinar. Se eu sei fazer, porque não dividir o pouco que sei com quem ainda não sabe nada? E está valendo a pena? Está valendo muito mais que imaginei, saber que estou proporcionando algo de bom pra alguém menos favorecido que eu, é M A R A V I L H O S O!!!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Fim de uma etapa!!

Olá pessoal! Faz tempo, não??? Estava com saudades do meu blog, mas sem tempo, coisa que agora não será mais problema.

Hoje, com muita dor no coração, entreguei minha turma. Desde o começo do ano, ela já estava me tomando muito tempo, principalmente porque era muito numerosa e extremamente indisciplinada. Eu tinha alunos de 09 até 15 anos na mesma sala, e a grande maioria sem saber ler nem escrever, alguns nem sequer sabiam os números. Tentei fazer como no ano passado, encarei como um desafio pessoal, mas infelizmente, ou felizmente, ainda não sei, não consegui concluir meus intentos. Desde os primeiros dias, percebi que seria infinitamente mais difícil que ano passado, pois os alunos eram totalmente sem limites, juntando com os remanescente da minha turma do ano passado, a coisa ficou feia. Todos os dias, sem excessão, fui xingada, mandada tomar naquele canto que quando toma sol não queima (KKKKK!), que tudo que eu levava como material era uma m..., enfim, muita humilhação para uma só pessoa. Ainda consegui levar até o final derradeiro do semestre, em respeito aos alunos que ainda queriam aprender alguma coisa, mas não deu mais para ficar, eu queria muito, mas não deu.

Uma quantidade boa de alunos, começaram a ler este ano, estavam fazendo continhas, estavam entendendo melhor as atividades propostas, mas em contrapartida, tinha que dar aulas também a quem não queria absolutamente nada com nada, que ia para a sala de aula somente para atrapalhar, um deles, tinha o péssimo e horroroso hábito de esperar eu começar as explicações para falar palavras soltas somente para me atrapalhar e não deixar os colegas entenderem , e vai pedir para parar, era tanto palavrão, tanta falta de educação, que ainda hoje me questiono como aguentei tanto tempo. Numa outra ocasião, que foi o momento que percebi que comecava a fraquejar, um outro determinado aluno (Deus me perdoe, mas não aguento nem pensar no nome deste infeliz de tanto abuso que tomei dele!) queria sair da sala de aula de qualquer jeito, pois era uma segunda-feira, e o dito cujo queria ir a feira para ficar pedindo as coisas, sei lá o que mais faz por lá, eu aguentei, das 7 horas da manhã até as 11:20 hs este menino me insultando, tudo o que eu explicava ou perguntava, ele da carteira dele dizia: eu entendo que vc é uma rap.... e quando sair daqui vai dar ...; eu sei que você gosta mesmo é de ...! Gente, isto durou a aula toda, se vc pedia para parar era pior, já tinha falado com a direção, mas infelizmente neste caso nada podia ser feito, pois todos sabiam que ele queria isto mesmo, ir embora para a feira. Neste dia, eu cheguei em casa, normal, mas quando meu marido chegou, eu comecei a contar o ocorrido e chorei, chorei e chorei, isto pela primeira vez em minha vida de professora, por isso comecei a me questionar tb, que eu não merecia uma humilhação desta natureza. A derradeira causa, a gota d'agua, foi o aluno que adora falar enquanto eu explico. Já faziam uns 3 dias que ele ia para a escola e não fazia absolutamente nada, chegava, deitava na carteira e dormia, se vc tentasse acordar ele, era recebida com toda sorte de palavrões que possa existir, neste dia, enquanto eu explicava o texto onde iríamos fazer a prova de religião, ele foi para a janela do fundo da classe para ficar mexendo com a turma de outra professora, pedi para ele sair, e como sempre, as respostas foram as mesmas: venha me tirar daqui se tem coragem, quem vc pensa que é, e essas coisas que alunos sem limite aprende em casa a falar. Eu fui e fechei a janela, na mesma hora, ela avançou para cima de mim dizendo que eu queria dar nele, como eu não estava sendo paga para apanhar de aluno, eu simplesmente empurrei ele, mas pra que, o menino começou a gritar, e eu voltei para meu lugar na frente da sala, quando pensa que não, ele pega uma cadeira e joga em cima de mim, como eu sabia o que iria acontecer, sai da frente e pegou na parede, ele saiu correndo, e voltou com a mãe dele, que nunca apareceu numa reunião sequer, toda cheia de razão dizendo que eu tinha batido no filho dela, e fez aquele escandalo que vcs podem imaginar. O pior de tudo que achei, foi o que ela falou: que ela é obrigada a colocar o filho na escola, ele não é obrigado a ir na escola pra aprender, que ele pode fazer o que quiser, e que eu sou paga para aguentar o que ele fizer calada. Ou seja, ela não educa e somos obrigadas a aguentar o que ela criou. Eu pedi reunião do conselho de escola, me ouviram, ouviram a mãe e o menino, e acharam melhor, para minha integridade física, segundo elas, que eu me retirasse da escola, o menino, nada de punição.

Então, hoje, me despedi dos alunos que foram a aula, expliquei para eles o motivo de minha saída, fiquei triste demais, pois a maioria chorou sem controle, os que davam trabalho e os que não davam, por estes, eu continuaria sempre, mas infelizmente o kit tem que ser comprado completo, e assim eu não quero. Saio sabendo que fiz o meu melhor, e acho que meus alunos tb acham isto, a grande maioria, sim, mas outros, não quero nem sequer saber que eles existem, minha mágoa ainda é mt grande, e creio não vai passar tão cedo.

O que me questiono é o seguinte: lendo o Estatuto da Criança e do Adolescente, que segundo todos dizem, foi um grandiosíssiomo avanço (para mim, um retrocesso, pois dá direitos demais a adolescentes e deveres de menos!), você só encontra a criança deve ser protegida disto, daquilo, daquilo outro e coisas mais, mas, quem protege este menor de uma família que não educa e não coloca limites? Tive alunos de 10 anos horrorosos, que quando chamava a mãe, me dizia que não podia com o filho não, que ele era impossível e que ela não podia fazer nada. Eu com meus 41 anos ainda obedeço minha mãe, como um cabra de 10, a mãe deixa chegar a este ponto, é falta de limite, de castigo grande. Quando é pequeno, fica em casa aperreando a mãe, então ela quer sossego para assistir as novelas dela então manda ele para ir para fora de casa e aprender o que não presta e depois não consegue educar novamente. Outra questão, quem protege o profissional de sofrer as humilhações como as que eu sofri? Pois o estatuto é claro, nenhuma criança pode ser punida, se o crime não for gravíssimo. Até quando temos que aguentar isso? Até quando vamos ter que fazer encaminhamentos para psicólogos achando que o menino vem de uma família desestruturada, que isto e que aquilo, e que conversa resolve, talvez resolva, mas os palavrões continuam os mesmo, a humilhação ao professor passa a ser ainda maior. Quem vai proteger os menores de famílias que não educam? Quem protege o professor das humilhações que é obrigado a passar?
Ainda me questiono se fiz a coisa certa, mas o conselho escolar já havia decido pelo meu afastamento, quanto a isso não podia mesmo fazer nada. Agora, vou relaxar e esperar o Banco do Nordeste me chamar. Sim, porque, ainda nem tinha postado, mas passei no concurso do BNB, fiquei em 135º lugar na classificação geral e em 28º pelo pólo. Rezem para que eu passe. Dia 07 de agosto, começarei tb a minha pós-graduação, e quero estudar mt para quem sabe ser chamada para um mestrado. Vou me apegar as palavras de minha amigona Valéria: Deus está fechando somente uma porta, mas várias janelas podem se abrir.
Bjuuus a todos.

domingo, 9 de maio de 2010

Feliz Dia das Mães!!


Para todas nós que recebemos o maior e melhor presente de Deus, um Feliz Dia das Mães!! Se mãe, para mim, é algo que por mais que eu tente, não consigo colocar me palavras. Acho que deve ser um sentimento único para uma mulher, é onde ela realmente se torna plena, completa, com todo o respeito para com as que optaram em não ser mães.
Me lembro perfeitamente do dia em que descobri que estava grávida de Laura e depois de Mateus, assim como me lembro do exato momento em que nasceram. Laura de um parto dificílimo e Mateus de um parto mais tranquilo, ambos cesarianos. Só acredito em amor a primeira vista num caso deste!! Como nós podemos olhar para um ser humano amassadinho, banguela, careca e que chora sem parar e nos apaixonarmos imediatamente? E ainda achar que é a criatura mais linda do mundo!! Quem disser o contrario, que olhou nos olhos de seu filho e não se apaixonou imediatamente por ele, acho que não é uma mãe de verdade não!! Eu fiquei completamente arriada dos 4 pneus por meus filhos, a minha razão de viver!! Estou lutando para tentar não sofrer, ano que vem Laura provavelmente (assim eu tenho rezado mt!!) irá para uma faculdade e talvez saia de casa, e isto já me causa sofrimento, por saber que ficarei privada da companhia dela, e logo tb será a vez de Mateus, afinal é a lei da vida, sei disso, mas ainda não consigo pensar nisto sem sofrer. Será que tem remédio?
Estou me esquecendo de falar de Dona Terezinha, minha mãe querida e amada!! Que me ensinou tanto, que me ajudou a ver o mundo e a enfrenta-lo, que é uma avó maravilhosa!! Mães maravilhosas normalmente conseguem ser avós melhores ainda, é a chamada prática dos conhecimentos. Amo você, mãe!! E também minha irmã Sandra, uma mãe sensacional tb, daquelas que matam e morrem pelos filhos, que é amiga nas horas certas e severa nos momentos que se pede mais rigor!! E minha irmã Erica, que ainda não é mãe, mas que para os sobrinhos age como uma mãezona tb!! Amo vcs!!
Eu ainda tenho minha avó, a mãe das mães!! Linda de morrer, minha Batian Maria!! Teve 13 filhos, criou todos com mt rigor, mt educação e formou uma família linda, unida e querida!!
Ah, minha família, se vcs soubessem o tamanho do meu amor!! Que saudades!!

domingo, 2 de maio de 2010

Estou de volta!!!!!!!!

Bom, estou de volta mais ou menos!!
É que estou mt ocupada este ano, tive até de que deletar minha Colheita Feliz, minha Mini fazenda (que estava tão linda!!), meus Segredos do Mar e meu Reino do Peixe fruta.
Estou em sala de aula novamente, mas a turma é pior que do ano passado, até porque tenho hoje 28 alunos, de 9 a 15 anos numa sala, imaginem, 27 alunos já é difícil, imaginem em tão com esta disparidade de idade e de aprendizagem, fora que são mal-educados, falam palavrões e só querem conversar e brigar, enfim, será que sobra tempo e disposição para o blog??
Fora isto, estou estudando para os concursos que estão aparecendo. Não fiz o de Caicó pq meu excelentissimo marido esqueceu de pagar o boleto, mas já fiz o do BNB e dia 16 vou fazer o da Caixa. Tudo isto para sair da sala de aula. Não que eu não goste, aliás, amo estar na sala de aula, mas não quero passar o resto da minha vida ensinando a quem não quer aprender, prefiro ir trabalhar, dar minhas 6 horas de trabalho e voltar para casa com o sentimento de dever cumprido. Ser professor é mt responsabilidade, é ter a vida de 27 alunos em suas mãos. Se eles aprendem bem, se não, a culpa é sempre nossa, ninguem quer saber se o aluno foi para a escola para comer a merenda, xingar o professor e não fazer nada. Sempre acabam culpando o professor.
Fora esta sala de aula maravilhosa, também consegui passar num processo seletivo para uma pós-graduação da UFRN, em Gestão Pública Municipal. Eu nem imaginei que conseguiria passar na primeira fase, mas passei, e fui com 50 pessoas fazer a segunda fase onde se classificariam 40 pessoas. Eu pedi a Deus para ser melhor que 10, somente melhor que 10 para entrar, mas consegui ficar em 19º lugar. Para quem nem sequer pensava que conseguiria passar até que fui muito bem, não acham?? As aulas começarão em julho, então depois deste concurso da Caixa, vou ter um tempinho para lazer, pq depois acho que vai ser pauleira. Rezem para que eu não enlouqueça de vez.
Bjuuus a todos!!
Até quando der de novo!!!