quinta-feira, 22 de julho de 2010

Cuidando do meu jardim


Ah, como eu gostaria que meu jardim fosse assim!! Infelizmente, não nasci com o dedo verde, parece que tudo o que planto não vinga, o que é mt frustrante. Amo flores, gostaria de ter um espaço enorme para cuidar, mas tenho só um pedacinho de terra (areia) na frente de casa, que está sempre seco e com plantas morrendo, mas quero mudar isto, vou me dedicar de verdade e ver se nasce ou pelo menos cresce as plantinhas que coloquei hoje!!

Minha mãe e meu pai realmente tem o dedo verde, principalmente minha mãe. Quando morávamos no sítio, me lembro de enorme jardim que tinha em frente de casa, quando nos mudamos para o apartamento, não tinha espaço para plantas e minha mãe sempre se queixou disso, agora morando numa casa, todo espaço é ocupado por vasos e mais vasos, estão realizando os seus sonhos.

E eu vou tentando daqui, quem sabe não tenho o meu tão sonhado também!!

Bjuuus a todos meus amigos que de vez em quando se lembram de passar por aqui!!

domingo, 18 de julho de 2010

Trabalho voluntário


Olá meus amigos!!

Olha, eu sempre acreditei muito em voluntariado, mas nunca tinha tido a chance de praticar, aliás, nem sei se o que estou fazendo se caracteriza como tal, mas estou gostando demais, e nem tinha noção da dimensão do que estou fazendo.

Tudo começou no dia 14 de maio, quando foi realizando na escola, o dia D da cidadania. Eu fiquei encarregada da parte de artesanato. Minha primeira sugestão era trazer uma pessoa para ensinar bijouterias, mas como estava muito ocupada fazendo vestidos para o São João, não poderia ir, então eu fui ensinar a bordar ponto oitinho, a principio para 20 pessoas, 10 pela manhã e 10 de tarde. Nem eu acreditava que daria certo, pois, com feirinha da providência, cabeleireiro, manicure, documentos, quem iria querer aprender a bordar? Pois, estava enganada, bombou, eram tanto mães, como alunos (meninas e meninos) querendo aprender a fazer o bordado, minha sala ficou cheia, todos pedindo para fazer. De tarde, antes de abrir, já tinha um menino me esperando para que eu pudesse ensinar a ele, e as mães que vieram de manhã voltaram de tarde. Faltou espaço e pano para tanta gente que queria aprender, eu fiquei exausta no final do dia, mas muito satisfeita.

Com o tempo, essas mães vieram a minha sala para pedir para ensinar mais. Como ponto oitinho é sempre a mesma coisa, eu disse a elas que sabia fazer umas almofadas com o chamado fuxico japonês, ou ponto capitonê (que aprendi o nome a pouquissimo tempo!), que ficam parecendo flores ou fuxico por cima sem ser. Elas se interessaram demais, pedi para compra o tecido, levar agulha, tesoura e algumas miçangas, e que encontrassem um lugar que eu iria lá ensinar. No primeiro dia que marcaram comigo, numa sexta feira, dia que o Brasil perdeu para a Holanda e foi eliminada da Copa do Mundo, dia 02 de julho. Foram só 5 mães e começamos nosso trabalho, ensinei passo a passo, como marcar, desfiar, e fazer os pontos. Acredito que todas sairam satisfeitas, uma delas comentou que nunca ninguém havia ensinado nada a ela, e outra que nunca pensou que conseguira aprender a fazer uma almofada daquela, que devia ser impossível aprender de tão difícil, mas que não era nada disso. Durante a semana, essas mães foram trazendo seus trabalhos para eu ver na escola, uma mais satisfeita que outra, e eu mais que todas. Teve uma mãe inclusive, que tinha ensinado para a filha e outra que ensinou para a sobrinha e a filha. Nestes dias também, apareceram várias outras mães querendo saber se podiam ir aprender a fazer o "curso de almofadas", e eu dizia que podia, mas que não era curso, dava a relação de material e no outro encontro no dia 09 de julho, já tinham pelo menos 12 mães e a aula já foi na Casa da Família do bairro. Desta vez, ensinei para as que já tinham feito a primeira almofada, a almofada redonda. Consegui o enchimento com uma fábrica de bonés em Caicó, através de um amigo de meu marido. Todas deram 1 real para pagar o taxista que foi buscar, e dia 14 nos encontramos para encher as primeiras almofadas redondas. Como elas ficaram satisfeitas, todas encantadas com suas almofadas admirando suas obras de arte.

Só tomei pé da real dimensão que isto alcançou, quando uma das mães falou comigo dia 16, sexta-feira, agora que passou, que estava depressiva, brigando demais com a filha, não estava nem se aguentando mais, e que estava passando com a psicóloga da Casa da Família, mas que tinha melhorado, eu perguntei se ela estava gostando da terapia, e fiquei admirada quando ela disse que o que tinha melhorado a "cabeça" dela eram as almofadas, que ela cuidava da casa de manhã, quando a filha chegava ela já estava calma, nem brigava com a menina pq sabia que de tarde iria pegar o pano e bordar a almofada, e que tinha ensinado a filha a bordar tb, para se acalmar. Nunca pensei que isso iria ajudar tanto a alguém, nem que tenha sido a somente uma pessoa, já está de bom tamanho. Comecei a ensinar a fazer estas almofadas porque sempre acreditei que todos precisam de um hobby, fazer alguma coisa por prazer, sem necessidade de fazer por obrigação, isso para pobres e ricos, se alguém aprender e conseguir gerar lucros com este hobby, melhor ainda.

Eu já passei por uma situação como esta, querer aprender alguma coisa e não ter dinheiro para pagar um curso, e uma alma boa chegar até mim e me ensinar sem cobrar nada. Sei que estas mães também queriam aprender algo novo e não teriam como pagar para ensinar. Se eu sei fazer, porque não dividir o pouco que sei com quem ainda não sabe nada? E está valendo a pena? Está valendo muito mais que imaginei, saber que estou proporcionando algo de bom pra alguém menos favorecido que eu, é M A R A V I L H O S O!!!

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Fim de uma etapa!!

Olá pessoal! Faz tempo, não??? Estava com saudades do meu blog, mas sem tempo, coisa que agora não será mais problema.

Hoje, com muita dor no coração, entreguei minha turma. Desde o começo do ano, ela já estava me tomando muito tempo, principalmente porque era muito numerosa e extremamente indisciplinada. Eu tinha alunos de 09 até 15 anos na mesma sala, e a grande maioria sem saber ler nem escrever, alguns nem sequer sabiam os números. Tentei fazer como no ano passado, encarei como um desafio pessoal, mas infelizmente, ou felizmente, ainda não sei, não consegui concluir meus intentos. Desde os primeiros dias, percebi que seria infinitamente mais difícil que ano passado, pois os alunos eram totalmente sem limites, juntando com os remanescente da minha turma do ano passado, a coisa ficou feia. Todos os dias, sem excessão, fui xingada, mandada tomar naquele canto que quando toma sol não queima (KKKKK!), que tudo que eu levava como material era uma m..., enfim, muita humilhação para uma só pessoa. Ainda consegui levar até o final derradeiro do semestre, em respeito aos alunos que ainda queriam aprender alguma coisa, mas não deu mais para ficar, eu queria muito, mas não deu.

Uma quantidade boa de alunos, começaram a ler este ano, estavam fazendo continhas, estavam entendendo melhor as atividades propostas, mas em contrapartida, tinha que dar aulas também a quem não queria absolutamente nada com nada, que ia para a sala de aula somente para atrapalhar, um deles, tinha o péssimo e horroroso hábito de esperar eu começar as explicações para falar palavras soltas somente para me atrapalhar e não deixar os colegas entenderem , e vai pedir para parar, era tanto palavrão, tanta falta de educação, que ainda hoje me questiono como aguentei tanto tempo. Numa outra ocasião, que foi o momento que percebi que comecava a fraquejar, um outro determinado aluno (Deus me perdoe, mas não aguento nem pensar no nome deste infeliz de tanto abuso que tomei dele!) queria sair da sala de aula de qualquer jeito, pois era uma segunda-feira, e o dito cujo queria ir a feira para ficar pedindo as coisas, sei lá o que mais faz por lá, eu aguentei, das 7 horas da manhã até as 11:20 hs este menino me insultando, tudo o que eu explicava ou perguntava, ele da carteira dele dizia: eu entendo que vc é uma rap.... e quando sair daqui vai dar ...; eu sei que você gosta mesmo é de ...! Gente, isto durou a aula toda, se vc pedia para parar era pior, já tinha falado com a direção, mas infelizmente neste caso nada podia ser feito, pois todos sabiam que ele queria isto mesmo, ir embora para a feira. Neste dia, eu cheguei em casa, normal, mas quando meu marido chegou, eu comecei a contar o ocorrido e chorei, chorei e chorei, isto pela primeira vez em minha vida de professora, por isso comecei a me questionar tb, que eu não merecia uma humilhação desta natureza. A derradeira causa, a gota d'agua, foi o aluno que adora falar enquanto eu explico. Já faziam uns 3 dias que ele ia para a escola e não fazia absolutamente nada, chegava, deitava na carteira e dormia, se vc tentasse acordar ele, era recebida com toda sorte de palavrões que possa existir, neste dia, enquanto eu explicava o texto onde iríamos fazer a prova de religião, ele foi para a janela do fundo da classe para ficar mexendo com a turma de outra professora, pedi para ele sair, e como sempre, as respostas foram as mesmas: venha me tirar daqui se tem coragem, quem vc pensa que é, e essas coisas que alunos sem limite aprende em casa a falar. Eu fui e fechei a janela, na mesma hora, ela avançou para cima de mim dizendo que eu queria dar nele, como eu não estava sendo paga para apanhar de aluno, eu simplesmente empurrei ele, mas pra que, o menino começou a gritar, e eu voltei para meu lugar na frente da sala, quando pensa que não, ele pega uma cadeira e joga em cima de mim, como eu sabia o que iria acontecer, sai da frente e pegou na parede, ele saiu correndo, e voltou com a mãe dele, que nunca apareceu numa reunião sequer, toda cheia de razão dizendo que eu tinha batido no filho dela, e fez aquele escandalo que vcs podem imaginar. O pior de tudo que achei, foi o que ela falou: que ela é obrigada a colocar o filho na escola, ele não é obrigado a ir na escola pra aprender, que ele pode fazer o que quiser, e que eu sou paga para aguentar o que ele fizer calada. Ou seja, ela não educa e somos obrigadas a aguentar o que ela criou. Eu pedi reunião do conselho de escola, me ouviram, ouviram a mãe e o menino, e acharam melhor, para minha integridade física, segundo elas, que eu me retirasse da escola, o menino, nada de punição.

Então, hoje, me despedi dos alunos que foram a aula, expliquei para eles o motivo de minha saída, fiquei triste demais, pois a maioria chorou sem controle, os que davam trabalho e os que não davam, por estes, eu continuaria sempre, mas infelizmente o kit tem que ser comprado completo, e assim eu não quero. Saio sabendo que fiz o meu melhor, e acho que meus alunos tb acham isto, a grande maioria, sim, mas outros, não quero nem sequer saber que eles existem, minha mágoa ainda é mt grande, e creio não vai passar tão cedo.

O que me questiono é o seguinte: lendo o Estatuto da Criança e do Adolescente, que segundo todos dizem, foi um grandiosíssiomo avanço (para mim, um retrocesso, pois dá direitos demais a adolescentes e deveres de menos!), você só encontra a criança deve ser protegida disto, daquilo, daquilo outro e coisas mais, mas, quem protege este menor de uma família que não educa e não coloca limites? Tive alunos de 10 anos horrorosos, que quando chamava a mãe, me dizia que não podia com o filho não, que ele era impossível e que ela não podia fazer nada. Eu com meus 41 anos ainda obedeço minha mãe, como um cabra de 10, a mãe deixa chegar a este ponto, é falta de limite, de castigo grande. Quando é pequeno, fica em casa aperreando a mãe, então ela quer sossego para assistir as novelas dela então manda ele para ir para fora de casa e aprender o que não presta e depois não consegue educar novamente. Outra questão, quem protege o profissional de sofrer as humilhações como as que eu sofri? Pois o estatuto é claro, nenhuma criança pode ser punida, se o crime não for gravíssimo. Até quando temos que aguentar isso? Até quando vamos ter que fazer encaminhamentos para psicólogos achando que o menino vem de uma família desestruturada, que isto e que aquilo, e que conversa resolve, talvez resolva, mas os palavrões continuam os mesmo, a humilhação ao professor passa a ser ainda maior. Quem vai proteger os menores de famílias que não educam? Quem protege o professor das humilhações que é obrigado a passar?
Ainda me questiono se fiz a coisa certa, mas o conselho escolar já havia decido pelo meu afastamento, quanto a isso não podia mesmo fazer nada. Agora, vou relaxar e esperar o Banco do Nordeste me chamar. Sim, porque, ainda nem tinha postado, mas passei no concurso do BNB, fiquei em 135º lugar na classificação geral e em 28º pelo pólo. Rezem para que eu passe. Dia 07 de agosto, começarei tb a minha pós-graduação, e quero estudar mt para quem sabe ser chamada para um mestrado. Vou me apegar as palavras de minha amigona Valéria: Deus está fechando somente uma porta, mas várias janelas podem se abrir.
Bjuuus a todos.